10.06.2010

ALFABETIZAÇÃO

Resumo parcial do texto de CARVALHO, Marlene. Guia prático do alfabetizador. São Paulo: Ática, 1994.

TORNAR-SE LEITOR

O bom leitor não se faz por acaso. Quase sempre é formado na infância, antes mesmo de saber ler, através do contato com a literatura infantil e de experiências positivas no início da alfabetização. Aprender a ler como se a leitura fosse um ato mecânico, separado da compreensão, é um desastre que acontece todos os dias nas escolas. Estudar palavras soltas, sílabas isoladas e repetir sem fim exercícios de cópia, resulta em desinteresse e rejeição em relação à escrita.

Praticamente todo o trabalho de alfabetização em nossas escolas (seja qual for o método adotado) parte do pressuposto de que o importante é ensinar o mecanismo da decodificação, porque depois a compreensão virá automaticamente. Porém, esse pressuposto está errado. Antes mesmo de ensinar a decodificar as letras e sons é preciso mostrar ao aluno qual a importância de se ler e escrever através de exercícios e discussões que o intriguem e que façam sentido para ele.

Quando o ensino das primeiras letras é muito dissociado dos usos da leitura na vida social, muitas vezes o aluno conclui que se aprende a ler e escrever para passar de ano e para copiar os exercícios dados pela professora. No entanto, se a alfabetização for conduzida de forma a demonstrar que a leitura e a escrita têm função aqui e agora, e não apenas num futuro distante, é provável que o indivíduo se sinta mais motivado para o esforço que a aprendizagem exige.

TEXTO INACABADO